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O Curso

Publicado: Quinta, 09 Abril 2020 18:42

Índice de Artigos

A meteorologia e o Curso de Graduação da UFCG

O interesse do Homem pelo clima e tempo é mais antigo do que a própria civilização. A partir do momento que o homem percebeu a relação existente entre suas atividades e o tempo, procurou conhecer a atmosfera.

A Meteorologia, por seu caráter interdisciplinar, utiliza conhecimentos de várias ciências, tais como: Física, Matemática, Química, Astrofísica, Oceanografia, Geografia, Computação, entre outras, para a descrição e análise dos processos atmosféricos. Pode ser considerada como a ciência que estuda os fenômenos atmosféricos, procurando entender e descrever a composição e o comportamento dos inúmeros elementos que compõem a atmosfera, assim como seus movimentos, processos e influências.

As informações de que o meteorologista dispõe para o seu trabalho são geradas pelo maior sistema de aquisição de dados já organizado pelo homem, abrangendo a superfície da Terra e contando com a participação da quase totalidade dos países. São dezenas de milhares de postos e estações meteorológicas, centenas de radares, dezenas de satélites meteorológicos, centenas de aviões em vôo, centenas de centros de pesquisa, universidades e centros operacionais utilizando computadores de última geração. Enfim, um grande esforço conjunto voltado para a obtenção de informações mais completas e confiáveis sobre a atmosfera visando, por último, o desenvolvimento sustentável com o equilíbrio do ecossistema terrestre.

O Curso foi criado pela Resolução N0 10-A/74 do CONSUNI (Anexo I) e iniciou suas atividades no primeiro período letivo de 1974. Foi, também, o primeiro curso de Meteorologia a ser criado em todo o Norte e Nordeste do Brasil.

O Decreto nº 82.517 de 30 de outubro de 1978, do Conselho Federal de Educação (CFE), concedeu o reconhecimento ao Curso de Graduação em Meteorologia da Universidade Federal da Paraíba.

O Curso de Graduação em Meteorologia da Universidade Federal de Campina Grande formou até a presente data 114 (cento e quatorze) profissionais. Um alto percentual, cerca de 88,6%, encontra-se efetivamente trabalhando na área enquanto que os 11,4% restantes o Curso não dispõe de informação atualizada.


O Curso de Meteorologia no Contexto Regional e Nacional

Nos países desenvolvidos o meteorologista desempenha um papel relevante no que se refere à previsão de desastres naturais que, na maioria das vezes, podem provocar inúmeras mortes e enormes prejuízos financeiros à população atingida, como é o caso, por exemplo, dos furacões que atingem o leste dos Estados Unidos. No Brasil, as regiões Sul e Sudeste sofrem a influência, no inverno, de frentes frias intensas que provocam geadas e, no verão, de chuvas torrenciais, que causam grandes transtorno tanto em áreas urbanas quanto rurais. No Nordeste do Brasil, o fenômeno das secas causa grandes prejuízos sócio-econômicos à região.

A atividade profissional do meteorologista pode ser enquadrada nas seguintes formas de atuação, determinadas pelas necessidades regionais e/ou nacionais:

a. pesquisador teórico: O sistema Terra-Atmosfera, com seus componentes gasosos, líquidos e sólidos, reage primeiramente absorvendo energia irradiada pelo Sol. Parte dessa energia é transformada em energia cinética produzindo movimentos contínuos. A pesquisa teórica da atmosfera está relacionada com a descoberta e o entendimento dessas reações, transformações e modificações, utilizando as ferramentas da tecnologia moderna.

b. pesquisador aplicado: Os processos atmosféricos são importantes nas mais diversas atividades humanas. A pesquisa aplicada adapta as descobertas teóricas para resolver problemas práticos, tais como: o projeto de uma aeronave; o controle da poluição do ar; a melhoria nas comunicações; a modificação artificial do tempo; a segurança nos transportes; o aproveitamento dos recursos hídricos, eólicos e solares; o planejamento urbano; o aumento da eficiência na produção de alimentos.

c. meteorologista operacional: Os meteorologistas neste campo realizam observações, dia após dia e hora após hora, interpretam essas observações, fazem previsões, dão avisos, alertas e informações profissionais necessárias à segurança e eficiência dos mais variadas operações e atividades humanas.

d. educador: O estudo da atmosfera tem sido introduzido nos currículos dos cursos de 1º e 2º graus, especialmente na formação de profissionais de nível médio, ocupando grande parte dos tópicos das Ciências da Terra. É importante e necessário qualificar profissionais para o ensino nesse nível.

A Meteorologia utiliza fundamentalmente conhecimentos da Matemática, da Física e da Computação, para interpretar os fenômenos atmosféricos e prover a população de informações sobre como evitar ou precaver-se de possíveis catástrofes. A presença do meteorologista é imprescindível em várias atividades humana. Apresentam-se a seguir algumas atividades em que a Meteorologia atua diretamente:

Agricultura e pecuária
Na agricultura e na pecuária o meteorologista pode atuar no zoneamento de culturas agrícolas, previsão da época mais apropriada à semeadura, determinação da quantidade de água a ser utilizada na irrigação de certas culturas ao longo do período vegetativo, combate a pragas e doenças que afetam plantas e animais, determinação de época mais propícia para o corte de lã de ovelhas, etc. Nessas atividades, o meteorologista pode atuar juntamente com o agrônomo e/ou engenheiro agrícola e o médico veterinário.

Indústria e Comércio
Neste ramo de atividade o meteorologista pode atuar no planejamento de construções civis (início e final de uma determinada obra dependendo das condições do tempo), no estudo da ação da direção e velocidade do vento em grandes estruturas, em estudos relativos a dilatações por aquecimento devido à temperatura, nos problemas relativos ao escoamento e retenção das águas provenientes da precipitação, etc..

O meteorologista pode atuar, ainda, na conservação e venda de alimentos perecíveis, estocagem e embalagem de produtos agrícolas, etc..

Construção e Urbanismo
O meteorologista pode trabalhar na localização de distritos industriais, visando o mínimo de poluição atmosférica, nas cidades ou núcleos residenciais adjacentes, bem como evitar doenças do aparelho respiratório e visual, doenças de pele, extinção da fauna e flora, e destruição a médio prazo de instalações civis. Pode, ainda, opinar na arquitetura, no traçado das ruas e avenidas e no conforto térmico dos edifícios.

Transportes
A atuação do meteorologista é indispensável na previsão do tempo para a navegação aérea, marítima e terrestre, e pode contribuir na orientação e localização de portos e aeroportos.

Geração de Energia não-convencional
Aqui o meteorologista pode trabalhar diretamente em projetos de zoneamento de energia eólica e solar, visando determinar as regiões com maior potencial energético.

Meio Ambiente
Como a maioria das atividades humanas está ligada direta ou indiretamente à atmosfera, é indiscutível o uso da Meteorologia nos mais variados programas e/ou projetos que cuidam da preservação do meio ambiente.

A Meteorologia pode atuar diretamente na detecção de áreas devastadas pela ação de desmatamento e/ou pela ação de queimadas. Por outro lado, atua também no processo de reflorestamento, estudando a climatologia da área a ser reflorestada. Enfim, na ciência ambiental há vários campos de estudo específicos para o meteorologista.

Biometeorologia
No estudo do clima, levando-se em consideração a poluição atmosférica, o teor de umidade do ar, a variação de temperatura à superfície e a influência desses fatores meteorológicos nos processos fisiológicos, abre um campo de atuação muito vasto e pouco explorado, a nível de Brasil, pela Meteorologia. Esse campo de atuação é chamado de Biometeoroloia.

O estudo das condições climáticas, aliado aos conhecimentos médicos, pode reduzir drasticamente o número de pessoas que adoecem vítimas de vírus que se proliferam sob certas condições atmosféricas.

Assim, a Meteorologia, aliada à Medicina, pode cuidar da saúde da população e, ao mesmo tempo, evitar gastos desnecessários por parte dos poderes públicos.

Gerenciamento dos Recursos Hídricos
Administrar ou gerenciar recursos hídricos é procurar manter um equilíbrio dinâmico entre disponibilidade e demanda, em termos de quantidade e de qualidade da água, satisfazendo as necessidades dos usuários, incluindo o Homem, a Fauna e a Flora. Simultaneamente, deve prevenir e controlar fenômenos críticos como secas e inundações. Neste conceito estão subentendidas várias atividades. É possível separar, dentro do conjunto dessas atividades, duas consideradas básicas:

  • Administração da oferta de água;
  • Controle do uso da água.


A administração da oferta de água requer o conhecimento das disponibilidades, as quais variam no espaço e no tempo, com diferentes tendências regionais e sazonais, além das modificações que ocorrem pela ação do homem. É neste sentido que o meteorologista pode atuar com sucesso.

Havendo um planejamento otimizado (mínimos custos e máximos benefícios) das atividades privadas e públicas em nosso País os meteorologistas podem atuar nas seguintes Instituições:

  • Secretarias Estaduais e Municipais de: Agricultura, Planejamento, Urbanismo, Educação, Saúde, Transportes, etc.;
  • Superintendências Regionais de Desenvolvimento;
  • Empresas de Eletricidade;
  • Empresas aéreas;
  • Empresas de Irrigação e Drenagem;
  • Companhias de Água e Esgotos;
  • Faculdades de Agronomia, Engenharias, Geografia, etc.;
  • Universidades públicas e privadas
  • Órgãos de Controle do Meio Ambiente;
  • Empresas e Indústrias que lidam com alimentos perecíveis;
  • Institutos de pesquisa;
  • Forças Armadas.


Professores do Curso interagem com instituições nacionais e internacionais, tais como: INPE/CPTEC (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais/ Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos), INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), SUDENE Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), FUNCEME (Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos), Universidade do Arizona/EUA, Universidade Federal do Ceará e USP Universidade de São Paulo). Alguns alunos do Programa PIBIC (Programa de Bolsas de Iniciação Científica) e professores do Curso também interagem com a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Semi-Árido e CNPA (Centro Nacional do Algodão), na condução de experimentos agrometeorológicos. Através do programa REVIZEE (Recursos Vivos da Zona Econômica Exclusiva) , dos Ministérios do Meio Ambiente e da Marinha, alunos e professores do Curso participam de experimentos meteorológicos a bordo do navio oceanográfico ANTARES da Marinha do Brasil.

O corpo docente do Curso ministra disciplinas na graduação, participa de programas de Iniciação Científica (PIBIC), orienta trabalhos de graduação e participam do Curso de Especialização em Métodos Estatísticos Aplicados à Meteorologia e Climatologia, oferecido pelo DCA a cada dois anos. Os professores, com titulação de doutor, ministram aulas e orientam dissertações no Curso de Mestrado em Meteorologia e Teses no Doutorado em Recursos Naturais.


Finalidades do Curso

A população rural que habita o semi-árido do Nordeste do Brasil, assim como em outras regiões do país, demanda um monitoramento climático permanente para viabilização de suas atividades agrícolas. O turismo, que se apresenta como uma grande alternativa econômica para o Nordeste do Brasil, é também uma atividade que carece enormemente de serviços meteorológicos. Por outro lado, a agrometeorologia pode contribuir sensivelmente para maximização da produção agrícola de sequeiro e irrigada através de pesquisas aplicadas, particularmente em frutíferas e culturas de subsistência comumente cultivadas no Nordeste do Brasil. Fenômenos climáticos que interferem na precipitação pluvial dessa região, como o El Niño e Dipolo do Atlântico, provocam secas e, consequentemente, escassez de água. O profissional que trabalha com Hidrometeorologia pode atuar no sentido de planejar e gerenciar os limitados recursos hídricos de regiões semi-áridas. Neste contexto, o Curso de Graduação em Meteorologia da Universidade Federal da Paraíba tem a finalidade de formar profissionais que atendam à demanda de mão de obra qualificada para atuar em nível regional e/ou nacional nas seguintes áreas: previsão de tempo e clima, monitoramento climático, estudos ambientais, agricultura e gerenciamento de recursos hídricos.


Objetivo do Curso

O objetivo do Curso é o de formar profissionais de nível superior capazes de desenvolver, orientar e aplicar técnicas do conhecimento da constituição e das propriedades da atmosfera terrestre bem como dos mecanismos que nela atuam.


Perfil do Profissional

Sólida formação científica e profissional que capacite o meteorologista a absorver e desenvolver novas tecnologias e que lhe possibilite gerar, analisar e interpretar informações meteorológicas e climatológicas para aplicação nos diversos ramos das Geociências com visão crítica, criativa, ética e humanística, voltadas às demandas sociais.


Habilidades e competências

O meteorologista estuda a atmosfera, sua interação com a superfície terrestre e os processos físicos que nela se verificam, com o objetivo de estabelecer as leis que regem seu comportamento, visando a aplicações em diferentes áreas do conhecimento humano, tais como agricultura, arquitetura, comércio, engenharia, medicina, pesca, transportes, turismo, etc. Ademais, coordena ou integra equipes responsáveis pela operação de estações meteorológicas, desenvolvimento de novos equipamentos, aperfeiçoamento de técnicas de coleta de informações meteorológicas e difusão de informações colhidas. Realiza estudos e pesquisas com vistas ä previsão do tempo e clima, tais como enchentes, furacões, secas, tempestades e de outras situações adversas. Leciona em escolas de 2º grau (com complementação pedagógica) e Instituições de Ensino Superior.

O meteorologista deverá desenvolver as seguintes competências e habilidades para o pleno exercício das suas atividades profissionais:

  • desenvolver técnicas e elaborar previsões de tempo;
  • elaborar diagnósticos e projeções climáticas;
  • interpretar as interações entre oceano, biosfera e atmosfera nas diversas escalas de espaço e tempo;
  • diagnosticar a poluição do ar e prever a dispersão de poluentes atmosféricos;
  • interpretar o ciclo hidrológico, em particular o ramo atmosférico;
  • desenvolver e empregar técnicas de sensoriamento remoto para gerar informações de interesse meteorológico e climatológico;
  • aplicar conhecimentos meteorológicos e climatológicos no planejamento de diversas atividades, tais como: transportes aéreo, marítimo e terrestre; defesa civil; produção agrícola; pecuária e industrial; comércio; turismo e lazer;
  • uso consuntivo e não-consuntivo da água.
  • elaborar estudos e relatórios de impactos ambientais;
  • instalar e calibrar instrumentos meteorológicos, gerenciar redes de observação e bancos de dados meteorológicos;
  • divulgar as informações meteorológicas nos meios de comunicação;
  • desenvolver atividades de ensino e pesquisa em meteorologia, climatologia e meio ambiente;
  • assessorar projetos de conforto ambiental, prestar consultoria e emitir laudos técnicos nas áreas de sua competência.
  • desenvolver estudos relacionados com as relações Água-Solo-Planta-Atmosfera.
  • conteúdos básicos e profissionais

Os currículos dos cursos de Graduação em Meteorologia são organizados em matérias de conteúdos básicos e profissionais, que o aluno deve aprender ao longo do curso, distribuídas da seguinte forma:


Conteúdos Básicos – são as matérias imprescindíveis para a formação básica do meteorologista, a saber:

  • Matemática;
  • Probabilidade e Estatística;
  • Física Geral e Experimental;
  • Computação;
  • Mecânica de Fluidos Geofísicos;
  • Elementos de Cartografia e Astronomia;
  • Ciências Ambientais
  • Expressão Oral e Escrita

Conteúdos Profissionalizantes - são aquelas matérias de conteúdo profissional imprescindíveis para formação do meteorologista, a saber:

  • Agrometeorologia;
  • Física da Atmosfera;
  • Instrumentação Meteorológica;
  • Sensoriamento Remoto Aplicado à Meteorologia;
  • Previsão do tempo e Clima;
  • Climatologia;
  • Meio Ambiente e Micrometeorologia;
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